Justiça. Panelas de Teflon são "seguras"? Tefal e Seb são alvos de denúncia de associações

Várias associações denunciaram as "práticas comerciais enganosas" dos dois fabricantes depois que eles alegaram que suas panelas de Teflon eram "seguras" para a saúde.
Uma nova polêmica envolve panelas de Teflon. A causa: a comunicação do site da Tefal e uma campanha publicitária de 2024 promovendo a segurança do revestimento antiaderente. Essa mensagem não está sendo bem recebida pela France Nature Environnement (FNE), Générations Futures e pela Associação de Cidadãos e Consumidores Seculares (ACLC). Essas associações apresentaram uma queixa na quarta-feira.
Ao "garantir que os revestimentos antiaderentes de suas panelas sejam reconhecidos como seguros por conterem PTFE [politetrafluoretileno, outro nome para Teflon, nota do editor] e não PFOA", PFAS (ou poluentes eternos) , que são proibidos, o grupo "deixa de mencionar o risco de substâncias serem liberadas no meio ambiente devido ao uso de PTFE, ao longo do ciclo de vida do produto, bem como os riscos à saúde ao utilizar as panelas da marca", argumentam. Antes de enfatizar: "É inaceitável comunicar dessa forma quando a saúde das populações, em particular dos trabalhadores, e o meio ambiente estão em jogo", protesta Anne Roques, advogada da FNE.
O grupo Seb tomou nota desta nova ação, lembrando que autoridades e agências de saúde no Canadá e na Austrália confirmam a segurança do PTFE há décadas.
O site do Ministério da Saúde afirma que "o PTFE é teoricamente um PFAS, mas sua estabilidade e segurança foram confirmadas, o que não é o caso da grande maioria dos PFAS". Por sua vez, as associações argumentam que a Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (IARC), uma agência da ONU, concluiu que "não há dados suficientes para classificar o PTFE como cancerígeno", mas não comenta sobre a ausência de carcinogenicidade ou sobre o fato de o PTFE ser "seguro".
Promulgada em fevereiro de 2025, a lei ambiental que visa restringir a fabricação e a venda de produtos que contêm PFAS exclui utensílios de cozinha. Isso foi resultado de uma forte mobilização dos fabricantes, notadamente da Tefal, e de seus funcionários na primavera de 2026, durante a análise do texto perante a Assembleia Nacional. Na época, o CIR se recusou a comentar as alegações de Seb sobre a segurança do Teflon, "devido à idade" de suas avaliações.
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